Para começarmos a reflexão dessa semana, lá vai uma pergunta: O quão importante é o exercício se você quer viver uma vida saudável e mais longeva?

De acordo com as novas pesquisas não se exercitar ou fazer muito pouco exercício é tão ruim quanto muitos outros fatores de risco conhecidos que estão associados a uma morte prematura, incluindo pressão alta , diabetes , colesterol, doenças cardíacas e tabagismo – e, em alguns casos, não se exercitar parece ser ainda pior.

Os resultados mostraram que não só o exercício foi associado a um risco reduzido de morte, mas que mais exercício produziu maiores benefícios. De fato, os níveis mais altos de aptidão aeróbica estavam ligados aos maiores benefícios de sobrevida, especialmente em pacientes idosos com 70 anos ou mais.

A hipótese inicial dos autores seria que houvesse algum sinal de benefício para alguns grupos ou subconjuntos de pacientes. No entanto o que se observou foi um benefício geral para todas as faixas etárias, de ambos os gêneros e em indivíduos com e sem doença cardíaca.

Esse achado contradiz vários outros estudos recentes que encontraram associações entre exercícios extremos e certos problemas cardíacos, incluindo fibrilação atrial e doença arterial coronariana.

No entanto, o estudo da Cleveland Clinic, publicado no Journal of the American Medical Association, descobriu que pacientes extremamente em forma no estudo viveram mais tempo.

Todos os sujeitos do estudo haviam passado por testes de esforço na Cleveland Clinic e foram divididos em cinco grupos de desempenho: elite, alta aptidão física, acima da média, abaixo da média e fraco.

No grupo de participantes com mais de 70 anos, os sujeitos classificados como elite tiveram um risco de mortalidade quase 30% menor em comparação com aqueles classificados como de alto desempenho.

De acordo com o Dr. Satjit Bhusri, cardiologista do Hospital Lenox Hill, em Nova York: “O estudo é impressionante! Seu tamanho, seus resultados e seu futuro impacto nas doenças cardíacas evitáveis são enormes. Somos feitos para caminhar, correr, exercitar, mexer-se. Ao fazê-lo, regeneramos e criamos células novas, limpamos as toxinas e reconstruímos as partes destruídas”.

Já o Dr. Jaber Wael, cardiologista da Cleveland Clinic e autor sênior do estudo disse que a presente pesquisa abre muitas oportunidades possíveis para se tratar o estilo de vida sedentário como uma doença. Isso pode ser feito “incentivando a atividade física através de incentivos de seguro de saúde, planejamento urbano, bem como fornecendo prescrição de exercícios específicos para os pacientes, ao invés da recomendação dos passos genéricos de 10 mil por dia. Segundo o autor: “Parece que os 10 mil passos por dia são o mínimo básico, mas mais é quase sempre melhor.”

As recomendações para atividade física da American Heart Association junto ao American College of Sports Medicine são de pelo menos 150 minutos por semana de exercício moderado ou 75 minutos por semana de exercício vigoroso, ou uma combinação de atividade moderada e vigorosa.

O quanto você anda alcançando as recomendações para promover uma vida mais saudável e longeva?

Fernando Morais
Embaixador da Qualidade em Atividade Física, Exercício e Saúde
Personal Fitness Trainer certificado pela IFBB
CREF. 092883-G/SP

Referência

Kyle Mandsager; Serge Harb; Paul Cremer; et al. Association of Cardiorespiratory Fitness With Long-term Mortality Among Adults Undergoing Exercise Treadmill Testing. JAMA Netw Open. 2018;1(6):e183605. doi:10.1001/jamanetworkopen.2018.3605